Artigo sobre patologias — Hipertensão arterial: causas, tratamento e o papel da Nutricionista na alimentação
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Hipertensão arterial: causas, tratamento e o papel da Nutricionista na alimentação

A hipertensão é uma doença silenciosa que aumenta o risco cardiovascular. Entenda como o tratamento medicamentoso, a dieta DASH e o acompanhamento da Nutricionista ajudam a controlar a pressão arterial e melhorar a qualidade de vida.

Priscila Oliveira
2025-12-06
9 min de leitura
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Introdução

A hipertensão arterial — também conhecida como pressão alta — é uma doença crónica caracterizada pela elevação persistente da pressão do sangue nas artérias.
É uma das condições mais comuns e silenciosas na população adulta e um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, AVC, insuficiência renal e complicações metabólicas.

Embora o tratamento medicamentoso seja muitas vezes necessário, a alimentação e o estilo de vida desempenham um papel essencial na prevenção e controlo da hipertensão.
Neste artigo, vamos compreender o que é a hipertensão, os seus fatores de risco e como a Nutricionista pode ajudar a controlá-la através da alimentação — com destaque para a dieta DASH, uma das abordagens mais eficazes e cientificamente comprovadas.


O que é a hipertensão arterial

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias.
Ela é expressa por dois valores:

  • Pressão sistólica (quando o coração se contrai), e
  • Pressão diastólica (quando o coração relaxa entre os batimentos).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera-se hipertensão quando a pressão arterial é igual ou superior a 140/90 mmHg em medições repetidas.

A hipertensão pode ser:

  • Primária (essencial): quando não há causa específica identificável, geralmente associada a fatores genéticos, idade e estilo de vida.
  • Secundária: quando é consequência de outras condições, como doenças renais, endócrinas ou uso de certos medicamentos.

Fatores de risco

Vários fatores aumentam o risco de desenvolver hipertensão arterial:

  • Excesso de peso corporal e gordura abdominal.
  • Alimentação rica em sal, gorduras saturadas e ultraprocessados.
  • Baixo consumo de frutas, legumes e alimentos ricos em potássio e magnésio.
  • Sedentarismo.
  • Stress crónico e sono insuficiente.
  • Consumo excessivo de álcool e tabaco.
  • Fatores genéticos e idade avançada.

O controlo desses fatores é essencial tanto na prevenção como no tratamento.


Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso deve ser indicado pelo médico, de acordo com o grau da hipertensão e o risco cardiovascular global.
Entre as classes de medicamentos mais utilizadas estão:

  • Diuréticos: ajudam a eliminar o excesso de sódio e água.
  • Inibidores da ECA e bloqueadores dos recetores da angiotensina II: atuam na regulação hormonal da pressão.
  • Betabloqueadores: reduzem a frequência cardíaca e a força de contração.
  • Bloqueadores dos canais de cálcio: ajudam na dilatação dos vasos sanguíneos.

Contudo, o sucesso do tratamento depende fortemente de mudanças no estilo de vida e na alimentação, que são a base para o controlo da pressão arterial.


A abordagem nutricional na hipertensão

A alimentação é uma das ferramentas mais poderosas para reduzir a pressão arterial e o risco cardiovascular.
O foco deve ser em reduzir o consumo de sódio, equilibrar a ingestão de micronutrientes e adotar padrões alimentares ricos em alimentos naturais e minimamente processados.

As principais estratégias incluem:

  • Reduzir o sal de mesa e evitar alimentos ultraprocessados ricos em sódio (enchidos, molhos, snacks, refeições prontas).
  • Aumentar o consumo de potássio, magnésio e cálcio, encontrados em frutas, vegetais, leguminosas, frutos secos e laticínios magros.
  • Evitar o excesso de álcool e cafeína.
  • Controlar o peso corporal e manter um índice de massa corporal adequado.
  • Aumentar o consumo de água e praticar atividade física regular.

A dieta DASH: uma das estratégias mais eficazes

A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é uma das abordagens nutricionais mais estudadas e eficazes no controlo da hipertensão.
Desenvolvida inicialmente pelo National Heart, Lung, and Blood Institute (EUA), esta dieta mostrou reduzir significativamente a pressão arterial em poucas semanas.

Os princípios da dieta DASH:

  • Alta ingestão de frutas, legumes e verduras (ricos em potássio e magnésio).
  • Consumo moderado de laticínios magros (fonte de cálcio).
  • Predomínio de cereais integrais, leguminosas, peixes e aves.
  • Redução do sal, carnes vermelhas, doces e bebidas açucaradas.
  • Aumento da ingestão de fibras e antioxidantes.

A dieta DASH, combinada com a prática regular de exercício físico e o controlo do peso, contribui para reduções significativas na pressão arterial sistólica e diastólica.


Outros aspetos relevantes

Além da dieta DASH, outras medidas complementares são importantes no controlo da hipertensão:

  • Sono de qualidade: noites mal dormidas aumentam os níveis de cortisol e adrenalina, elevando a pressão arterial.
  • Gestão do stress: técnicas de relaxamento, respiração e meditação auxiliam na regulação da pressão.
  • Cessação tabágica: o tabaco causa vasoconstrição e aumenta o risco de complicações cardiovasculares.
  • Acompanhamento contínuo: a monitorização regular da pressão e o seguimento com médico e Nutricionista são fundamentais para ajustar o tratamento e garantir o controlo da doença.

Conclusão

A hipertensão arterial é uma condição silenciosa, mas de grande impacto na saúde.
O tratamento eficaz requer uma abordagem integrada, que combine medicação, mudanças de estilo de vida e acompanhamento nutricional individualizado.

A Nutricionista tem papel essencial neste processo — orientando na escolha de alimentos, aplicando estratégias da dieta DASH, ajustando a ingestão de micronutrientes e educando o paciente para uma alimentação equilibrada e preventiva.

Cuidar da alimentação é cuidar da pressão, do coração e da longevidade.


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